Há um dito popular que provavelmente
cabe ao atual momento político do Conde: “Não pode com o pote, não pegue na rodilha”.
Usei essa frase algumas vezes no rádio. Acredito que algumas pessoas ligadas a atual
gestão parecem “arrependidas” de terem pego a rodilha, pois acreditam que o “pote”
é mais pesado do que pensavam. Quero
falar um pouco sobre isso...
Gosto muito de usar a expressão “bocas de matraca”, para me referir a
gente que fala demais, que critica exacerbadamente e que deixa no ar um “cheirinho”
de quero mais é que tudo dê errado. O meio politiqueiro - não o político - da
cidade de Jacoca está repleto de gente assim. Também quero falar sobre isso...
Quando digo que algumas pessoas da gestão
dão sinais de um “arrependimento” por terem pego a rodilha, não falo em acovardamento
ou desistência, mas penso que ficaram surpresas com o que viram ao tomarem pé
da situação. Talvez pensassem que o “pote” tivesse um pouco de sujeira, mas
tenham descoberto que a coisa é bem pior do que pensavam.
Fala-se muito nos erros das gestões
anteriores, nos problemas, no caos em que a cidade foi encontrada. É fato que a
atual prefeita encontrou tudo às avessas, que as contas oriundas de más gestões
são enormes, que a cidade não tem infraestrutura, que as ruas em sua maioria
não têm calçamento, que a policlínica tem um aspecto terrível, enfim, é verdade
que a situação era caótica. Mas, a rodilha já está enrolada sobre a cabeça e o “pote”
está sob os cuidados de quem recebeu de Deus, através do voto popular, a missão
de carregá-lo e isso deve ser feito da forma mais justa, honesta e voluntariosa
que puder ser feito. E acredito que a motivação tem sido essa, mas que nalguns
momentos tem se dado mais importância ao caos do que ao desejo de fazer um
Conde melhor.
Em meio a isso surgem os “bocas de
matraca”. São figuras incapazes de descer dos palanques, de acreditar e acima
de tudo, de torcer pelo melhor para a cidade. Eles respiram politicagem,
anseiam loucamente pela derrocada da gestão. Não visualizam nenhum apsecto positivo, seus lábios não proferem um elogio. Para eles tudo está errado. Não estão preocupados se ainda é
cedo para serem tão duros em suas cobranças, se é preciso dar um tempo para que
as coisas se equilibrem e que a caminhada seja positiva. Na verdade, eles
querem mais é ver o “pote” cair.
Eles servem a outros e não as suas
próprias opiniões. Os seus “mentores” querem que eles gritem que está tudo mal,
alardeiem ao quatro cantos que tudo está péssimo. E os “boca de matraca” gritam
os seus “agouros” e se fazem acreditar. E quanto mais as pessoas acreditam
nisso, mais os seus “donos” são apontados como paladinos, heróis que ressurgem
das cinzas como uma fênix e se postam como salvadores da terra de Jacoca.
Não percebem eles quem causou o caos!
Os heróis na verdade, são anti-heróis, são vilões!
Obviamente há críticas ao começo do
trabalho e elas devem ser postas de forma clara, respeitosa e direta. Ninguém deve
calar-se quando as coisas não estão indo bem. Devemos cobrar que as creches
funcionem, que a saúde seja uma prioridade, que não falte atendimento médico,
enfim, é preciso exigir que as promessas de campanha se tornem realidades. Isso
não é negociável. Mas também não é instantâneo.
Acredito que quem pegou a rodilha,
tem habilidade e capacidade de carregar o “pote”. Torço e peço a Deus para que as
dificuldades sejam amainadas, que as lutas sejam vencidas e que minha cidade querida
seja um lugar ainda melhor.
Em todo tempo tenho dito que é
preciso parar de olhar para o retrovisor, que é hora de erguer os olhos,
planejar e transformar o Conde em um lugar cada vez melhor. A geografia das terras
de Jacoca é linda, sua gente é do bem, a cidade tem um potencial enorme sob
vários aspectos, desde o turismo, passando pela agricultura, ramo imobiliário e
industrial.
O Conde tem futuro, mas esse futuro
só será construído, se no presente, formos capazes de largar as amarras de uma
politicagem interesseira, desprovida de amor à cidade, eivada de motivações
pessoais sórdidas e formos capazes de agir de modo a fazer com que o Conde se
desenvolva e que sua gente tenha prazer em se dizer condense.
Eu por aqui cumpro o meu papel de
cobrar, mas também de incentivar, de apontar as falhas, mas de aplaudir os
acertos, de criticar e de elogiar, mas acima de tudo, de querer, como cidadão
que ama essa terra, ser parte integrante desse processo de mudança da cidade,
afinal de contas, esse “pote” também é meu!
Ricardo CACO Pereira
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