domingo, 8 de janeiro de 2017

MÁRCIA LUCENA E OS DESAFIOS NO CONDE






Outra gestora recém-empossada que passa por ataques ferrenhos é Márcia Lucena (PSB), na cidade de Conde. A professora ainda nem conseguiu se assentar na cadeira - até porque ainda não sabe-se onde será a sede da Prefeitura -, e já sofre todo tipo de pancadas por parte da oposição, que mesmo desfacelada já consegue bater.


Desde o tradicional anúncio de "racha" no grupo da gestão, passando pelas postagens diárias acerca do "estado de calamidade" decretado pela prefeita, reclamações quanto a coleta de lixo e quanto a Festa de Reis, enfim os fatos mostram que a oposição está com a língua afiada e vai bater muito.


Diferentemente de Patos, onde acredito que se Dinaldinho trabalhar bem, consegue "calar" ou diminuir a voz da oposição, no Conde,  a toada será a mesma pelos próximos quatro anos. Márcia não terá sossego e terá que conviver com o disse-me-disse, a fofoca e aquele mais do mesmo, da política local.


O negócio é tão sério no Conde que já se fala na formação de um grupo de "coalisão" das oposições condenses, o que uniria rivais tradicionais em um embate midiático, cogitando-se inclusive, um programa radiofônico em uma das rádios comunitárias locais, com o objetivo de apresentar a população os erros da gestão de Lucena.


Conhecendo um pouco da política local, acredito ser muito difícil ver as oposições unidas no Conde, mas exatamente por conhecer o cenário e saber que na terra de Jacoca, até boi pode voar, digo que tudo é possível, até as mais improváveis uniões.


Márcia está apenas começando, certamente irá errar, precisará mudar peças, direcionar energias e dedicar um tempo surreal na busca pela excelência na gestão. Quando errar será apedrejada, inclusive por muitos que estiveram em seu palanque. Isso é a política do Conde. 


O grande desafio da socialista na implantação do modelo "socio-ricardista" passa pelo material humano. Ela tem que "vender" o projeto primeiramente a sua equipe - não, muitos ainda não compraram o projeto. Ela terá que contar com muita gente de fora para execução dos seus palanos. Isso esbarrará com a cultura do "não queremos forasteiros". Cultura essa, incentivada por parte do seu grupo nas últimas eleições. Ou seja, provavelmente, terá oposição interna e isso não vai demorar a acontecer.  


Depois terá de convencer o povo do Conde a aceitar na prática, o que teoricamente aceitou nas últimas eleições quando a elegeu prefeita. A luta está na constatação de que esse povo,  durante muitos anos esteve acostumado com a política do "toma-lá-dá-cá", do assistencialismo, do favorzinho, o que certamente tornará esse, um processo árduo de reeducação, de mudança de paradigmas acerca da política local. Se conseguir isso, deverá ser canonizada em vida!

Se Márcia conseguir convencer o povo na prática, de que seus caminhos para o Conde são realmente bons, a oposição tornar-se-á enfadonha em seus argumentos, e perderá espaço, melhor dizendo, não voltará a ocupar o espaço que perdeu ao longo dos anos. Caso contrário, a gestora é quem perderá o rumo e aliados entregar-se-ão as insastifações transitórias próprias de um momento de implementação de novo governo.


A experiência como Secretária de Educação do Estado e o apoio do Governador Ricardo Coutinho, podem sem dúvida, ser pontos favoráveis a Lucena nesse começo de gestão. Sua experiência adminsitrativa e a colocação do Conde como contemplado nos mais diversos programas estaduais, certamente serão o fôlego necessário nesse período de afirmação.


Por outro lado, todos os erros que Lucena cometer serão demasiadamente explorados, principalmente pelo fato de que a gestora se apresentou no período eleitoral como a " verdadeira mudança" para o Conde. Então, quando Márcia cometer um erro o "eco" será muito maior do que quando ela acertar. Essa é a política do Conde. Ela muitas vezes, adora ver o pior. O pior serve de escada para quem quer ascender!


Em suma, o desafio da nova prefeita, é maior no Conde do que seria em muitas cidades da Paraíba, porque na verdade, ela tem que ser "eleita" de novo a cada dia;  e a oposição, ainda que meio sem rumo e desfacelada estará sempre em cima do palanque, com as bandeiras erguidas, gritos de guerra e com as frases: "EU JÁ SABIA!", "EU AVISEI", "AGORA É O FILHO DO TRABALHO", "A GALEGA VAI VOLTAR", "XAU FORASTEIRA"...

Por fim, Márcia precisa ser rápida, cirúrgica, criteriosa e pontual em suas ações. Deve dar respostas rápidas, ter ações imediatas e calar urgentemente aqueles que agora estão fora do poder, mas que farão de tudo para ter de volta o Conde em suas mãos.

Penso que ela começou bem, mas é apenas o começo e a "saudadis peitium est¹" já está promevendo os mais diversos ataques. Vamos esperar para ver o que vem por aí.







1. É saudade do Peitinho - Dicionário Caquês de Latim 





Caco Pereira




Foto: MaisPB

DINALDINHO E A OPOSIÇÃO PATOENSE




Em uma semana de governo, o prefeito de Patos Dinaldinho Wanderley (PSDB) parece ter sofrido mais críticas do que quem passou muito mais tempo no comando da Capital do Sertão.Todo dia é uma "lapada" no lombo do "cara da mudança". O repertório de pancadas é diversificado, assim como é o exército de insatisfeitos com o novo prefeito. Essa novidade no cenário político na Morada do Sol traz a tona algumas constatações e questionamentos, desembocando em reflexões sinceras. 


Numa observação simples, constatamos que muita gente não desceu do palanque, que os comícios, ainda que agora apenas nas redes sociais, nos programas de rádio e nas conversas de meio de rua, continuam acontecendo em ritmo fervilhante, como é o clima da terra de "Majó Migué".


Imaginamos que a equipe de Dinaldinho não esperava que a tática de guerrilha da oposição  fosse tão ofensiva de imediato. Ao que parece, esperava-se um pouco de fôlego nos primeiros dias de governo.


Evidentemente fica bem visto que o grupo que saiu tem em suas fileiras muitas pessoas que não estavam preparadas para perder, tanto que não têm sido capazes de assimilar a derrota e vivem agora o mais pleno "esperneio de perdedor". Reclamam de tudo e em todo tempo, são incapazes de esperar para ver e o pior, muitos claramente torcer pelo "quanto pior, melhor".


Alguns questionamentos são necessários:

1. Até que ponto Dinaldinho vai fazer ouvidos môcos as vozes da oposição patoense?


2. Essa postura da nova oposição evidencia que os Motta não estavam preparados para não mais ser governo ou apenas mostra que eles sabem como fazer uma oposição de "guerrilha", diferente de Dinaldinho que não usou durante muito tempo uma postura mais ofensiva?


3. Há um outro "Dércio Alcântara" orientando os algozes de Dinaldo Filho? Se há, o Dércio "original" irá contra-atacar? Duvido que não.


4. O "esperneio" de agora durará até 2018 ou cessa logo?


Passadas as constatações e questionamentos, permitam-me refletir de modo sincero:

Penso que os interessados em atacar por atacar, não estão com os olhos voltados para o bem da cidade, mas sofrem do que em meu dicionário de latim no estilo caquês,  chamo de "saudadis peitium est" ou apenas "é saudade do peitinho".


Embora tenha um exército militante e imensamente voraz, inclusive sendo capaz de apresentar um lado reinvidicador de quem nem sabia o que era ser opositor, a oposição de Patos, perderá forças  em pouco tempo, desde que Dinaldinho implemente de modo eficaz uma gestão proativa, que mude a situação da cidade e faça com que a Morada do Sol deixe de aparecer nas investigações da Polícia Federal e passe a figurar em páginas que exaltem o que há de melhor nas Espinharas.


Por outro lado, se o prefeito demorar a agir, terá que conviver com uma oposição forte e que conseguirá fazer com que a opinião pública rapidamente se volte contra o ele. Com isso, os Motta voltarão com todas as forças e dificilmente será possível contê-los.


Se por um lado, ainda é cedo para cobrar de Dinaldinho, por outro, é urgente que o rapaz implemente ações concretas que de algum modo reverberem em tom mais alto que as vozes dos reclamadores de plantão.


O primeiro teste de Dinaldinho perante a opinião pública será em 2018, e não pensemos que está longe, na verdade, 2018 começou em 01 de janeiro de 2017.





Caco Pereira


Imagem: Lindizzima.com.br

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

UMA CONVERSA COM MÁRCIA LUCENA, PREFEITA DE CONDE




A prefeita de Conde, Márcia Lucena (PSB) conversou hoje conosco na sede da Secretaria de Trabalho e Ação Social, onde provisoriamente funciona seu Gabinete. Diversos assuntos estiveram na pauta. Falamos desde os motivos que a levaram a decretar estado de emergência administrativa até a relação com o governador Ricardo Coutinho.

Márcia ainda disse que poderá pagar salários atrasados da gestão anterior, mas que cada caso será avaliado individualmente e só pagará àqueles que de fato serviram ao munícipio e falou da relação com a Câmara de Vereadores.

Márcia em todo tempo manteve o mesmo tom de voz e postou-se de modo seguro, mesmo quando falou de assuntos mais complexos, como a situação dos salários em atraso.

LEIA:

CACO - A senhora assumiu a gestão em uma cidade embebida no “caos” administrativo. Sua primeira atitude foi exatamente o decreto de estado de emergência. Até que pontos o Conde está realmente no CAOS?

MÁRCIA LUCENA - O Conde tá no Caos em todas as áreas. Pra você olhar para qualquer aspecto administrativo da cidade você vai encontrar o caos e o abandono instalado. Seja na parte da saúde, com os PSF´s fechados, as ambulâncias que estavam com pneus até o sábado dia 31, no dia primeiro já estavam em cima de toco, sem nenhum pneu. Falta de material como gases, seringas, algodão, coisas básicas para funcionar a saúde, e sem pessoas para trabalhar, pois elas foram demitidas. Os efetivos estavam acostumados a estar em casa há quatro anos, recebendo sem ocupar o cargo porque a prefeita não permitia isso. Então tava em total abandono a saúde; total abandono as escolas, porque recebi várias mensagens de pessoas dizendo que foram matricular os alunos e diziam que não tinha ninguém para efetuar a matrícula, ou mesmo quem estava lá nas escolas dizia que não matriculava enquanto não soubesse se iria ficar trabalhando ou não, ou seja, uma total falta de noção do que é o servidor público. Enfim era uma cidade com uma gestão sem gestor, uma coisa solta, sem rédias, sem controle, sem projeto, sem propósito, sem nada.

Você vai pra área administrativa mesmo, a lei que organizava o corpo administrativo da gestão, é uma lei inconstitucional, porque lá dentro  você tinha a Secretaria de Planejamento, ai tinha Diretor de Seção, Chefe de Seção. Chefe de Seção de quem? De onde? Pra fazer o que? Então isso, uma falha desta na lei a torna inconstitucional e ainda abre espaço para funcionários fantasmas.  Você tem que ter claro qual é a função que vai desempenhar, aonde, qual realmente sua tarefa, para que a população saiba que ali naquela secretaria tem um departamento e tem um cheque que tem essas atribuições. Isso é uma lei administrativa.

CACO – Quais medidas estão sendo tomadas para mudar essa situação?

MÁRCIA LUCENA - Nós corrigimos isso, diminuímos o número de cargos e de secretarias. Hoje temos 14 secretarias, antes eram 21. Dentre elas havia uma que funcionava em João Pessoa, sem a menor necessidade disso. Enfim, estamos tomando medidas para organizar. Fazendo levantamento na CAGEPA, na Energisa, sabendo quais os imóveis que estão registrados lá como sendo da Prefeitura, para organizar a situação de água e de luz, porque a água também estava cortada em muitos prédios.

CACO – A senhora já ideia de valor desses débitos?

MÁRCIA LUCENA - Não. Nós estamos encaminhando estes ofícios para que as fornecedoras se coloquem pra gente ver o tamanho do problema que tem. Mas onde a gente anda escuta que está sem água porque está cortada há tantos meses. Inclusive creches, que não poderia ter sido cortada, mas como na CAGEPA não está informado que o espaço é uma creche, foi cortado.

CACO – No seu discurso a senhora disse que não era tempo de ficar olhando o passado, que não haveria perseguição, frisou que ninguém estaria trabalhando por questão política, mas que cada servidor seria cobrado conforme seu desempenho profissional. O Conde tem uma cultura de duas ou três famílias se revezarem no poder. Márcia Lucena está completamente fora desse eixo familiar. A senhora acha que vai enfrentar dificuldades por isso, por não fazer parte dessas famílias que governaram a cidade?

MÁRCIA LUCENA - Eu acho que não dificuldade por isso. A dificuldade é pelo que isso causou ao munícipio. Esse monopólio, vamos dizer assim, essa soberania dessas pessoas durante tantos anos, isso causou acomodação, vícios, problemas que para a administração pública;  são muito graves, chegam a ser até criminosos, esses problemas que esse tipo de acomodação gera.

Acho que as dificuldades que vou encontrar são administrativas e próprias de mudança de paradigmas. Se você vem mudando a forma de trabalho, é muito comum que apareçam resistências a isso. Então enfrentaremos problemas exatamente com isso, mas é nossa tarefa promover essa mudança, então essa dificuldade não nos assusta não. Agora dizer que é porque não faço parte desses grupos, dessas famílias, acho que não. As pessoas estão cansadas desses grupos e dessa família, a prova foi o resultado da eleição.

CACO – A senhora criticou muito a Câmara de Vereadores na gestão anterior. Parece que a população também entendeu como a senhora, tanto que houve uma renovação enorme. Qual relação se desenha entre a Prefeita e a Câmara atual?

MÁRCIA LUCENA - Então, você falou, teve uma renovação considerável. Isso foi muito bom. E o que a gente tá convidando a Câmara é a aproveitar esse momento de renovação e mudança e agente efetivar de fato renovação de postura, de atitude, de forma de ver o comportamento da Câmara e a responsabilidade da Câmara diante da população. Isso precisa mudar.

Uma Câmara que trabalhava um dia na semana, durante duas horas, e as vezes nem isso. Sem dar satisfação a população de nada do que acontecia. Isso é coisa do passado. Isso não cabe no planeta mais, isso não dá, é simplesmente vergonhoso.  Essa Câmara está a cada dia se comprometendo com uma nova postura. Você vê que eu fiz o “ABRAÇA CONDE”, logo depois das eleições, voltando as comunidades, os vereadores estiveram como cidadãos, independente dos partidos, da caminhada que cada um teve para chegar até ali. Eles compreenderam que o diálogo  com a população é fundamental. Eles pegaram o microfone e se colocaram: Nós vamos ajudar a professora Márcia.  Nós vamos estar lado a lado com a prefeitura, em todos os projetos que forem para o bem da população.

Então isso eu acho que é fundamental, a Câmara ter um olhar crítico sobre a gestão. Não quero abrir mão disso, porque nos ajuda a caminhar melhor, mas a Câmara ter um olhar disponível à população, Isso é fundamental. Querer fazer o seu trabalho é fundamental. Eu acho que a gente não vai ter problemas com a Câmara.
Você vê que a própria lei de reforma administrativa, como a gente não teve momento de transição, a conversa, o diálogo não foi possível, tudo ficou para ser feito imediatamente depois da posse. Então nós conseguimos de duas da tarde até duas da manhã, fazer uma lei bem organizada, uma lei bonita, que eu tenho certeza que vai orgulhar e apresentar o Conde, que é essa lei da reforma administrativa.

E os vereadores tiveram a sensibilidade de votar nessa lei, mesmo sem muito tempo de estudar mais profundamente. Eu vi que eles se colocaram de forma colaborativa, nesse sentido. O que é muito importante, porque não estávamos ali com projetos para benefício próprio. Precisávamos nos organizar para inclusive nomear os secretários. Pois eu disse que não iria nomear secretários com base numa lei inconstitucional.

CACO – A senhora falou sobre a inconstitucionalidade da lei anterior. Pode citar um exemplo?

MÁRCIA LUCENA - O gabinete da prefeita, com Tatiana tinha 27 cargos, sem nenhum sentido, pois não  eram discriminados, não respondiam. Nós mantivemos os cargos, sendo que criamos diversas coordenadorias, como a da juventude, da mulher, da diversidade humana, levamos a guarda pra ocupar um cargo, a defesa civil para dentro do gabinete. Ou seja, nós demos corpo a estes 27 cargos, com pessoas, critérios e atribuições. Agora a população pode abrir o organograma do munícipio e saber que tem fulano de tal lá e ele trabalha com isso. Isso é o começo de entregar a população a gestão pública.

CACO – A senhora recebe a cidade com várias pessoas reclamando de salários atrasados. A senhora vai pagar os atrasados da gestão anterior?

MÁRCIA LUCENA - Primeiro nós estamos chamando, fazendo uma espécie de censo dos efetivos, para suas pastas, para sabermos onde estão, quem são, quais suas competências. Estamos alinhando isso. Todos os problemas de salários atrasados, vamos estudar caso a caso, por exemplo: os prestadores, isso vai ficar muito difícil a gente assumir uma dívida que Tatiana deixou com prestadores se a gente não sabe o serviço prestado por aquela pessoa. Os cargos comissionados também, se você é um “Chefe de Seção”, o que fazia? Quais foram os serviços e as horas prestadas ao munícipio para poder você receber o seu salário?

A gente vai estudar caso a caso, evidentemente o que for correto, justo e adequado, nós vamos fazer o pagamento, mas de fato não é nesse primeiro momento, porque nós não temos a menor ideia do recurso que nós temos ainda, estamos estudando essas contas, não temos a menor ideia de como vamos lidar com essa folha. Agora mesmo estamos entrando praticamente só com os secretários, algumas diretorias e assessorias, para poder “tomar pé” de tudo, a partir desse censo é que vamos saber exatamente qual a realidade do munícipio, o que é que ele tinha sendo praticado de excesso, o que estava desviado disso, porque  tinha muito problema com funcionalismo com desvio de função, então temos uma tarefa muito grande pela frente. O que for dívida concreta e comprovada, nós vamos pagar. Agora, quando isso vai acontecer só vamos saber depois.

CACO – Pela primeira vez o Conde tem uma prefeita realmente ligada ao Governador Ricardo Coutinho, inclusive com uma relação de amizade, foi inclusive Secretária de 
Educação do Estado. Essa relação vai facilitar sua gestão?

MÁRCIA LUCENA - Olha, uma coisa muito importante da gente perceber fazendo a leitura da dinâmica de gestão do Governador Ricardo Coutinho em todo o estado, você pode perceber que ser amigo do Governador não é prerrogativa que vai fazer com que os munícipios avancem. Nós temos vários munícipios ai, em que a disputa política é intensa, mas o apoio no trabalho da gestão é intensa também. O que aconteceu aqui no munícipio do Conde, não é que a prefeita deixou de ser da base do Governador, é que a prefeita não quis, não permitiu o apoio. Várias ações eram pra ter sido feitas aqui e não aconteceram porque a prefeita não permitiu. E o governo do estado não pode simplesmente chegar e atuar no munícipio. Tem toda uma legislação que determina esse tipo de relação, com convênios, pactos, enfim.

Agora o que tem entre Márcia Lucena e o Governador Ricardo Coutinho, é uma relação de conhecimento do conteúdo do projeto político, é o exercício do projeto político. Isso facilita evidentemente. Se nós estamos dentro da mesma lógica de um projeto político, nós sabemos que é um projeto testado e praticado com sucesso em todo estado.
Eu fui parte desse projeto enquanto secretária e agora serei enquanto prefeita. Então a gente sabe os propósitos, sabemos onde queremos chegar, nós temos um planejamento que responde as questões próprias de um governo socialista. Então a gente não sai fazendo ou desfazendo por uma oportunidade, porque quer ou porque gosta. Nós temos metas e propósitos que estão assentados dentro de conceitos socialistas. Essa construção evidente que facilita o trabalho. E também o fato do governador me conhecer enquanto profissional e saber que eu dou conta do recado, saber que sou honesta. Eu lidei com uma secretaria que o volume de recursos é muito maior que o Conde. Eu lidei com um bilhão e meio por ano. O governador sabe que eu nunca trouxe nem um copo ou lápis para minha casa. Então só isso já dá pra ele, eu tenha certeza, preocupado com o desenvolvimento dos lugares, das cidades, dos munícipios, porque é assim que se desenvolve o estado. Já da pra ele um alento, porque sabe que o que for colocar aqui vai ser bem executado, bem feito e vai ter honestidade no processo. Então eu imagino que seja positivo demais nesse sentido. Nós temos os mesmos propósitos, fazemos parte do mesmo projeto político, então isso facilita. 




 Caco Pereira


Imagem: Portal S1

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

INCOERÊNCIA, CONVENIÊNCIA OU APENAS O JOGO?





A adesão do vereador Lucas de Brito (PSL) ao projeto do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) tem rendido um tremendo “mi mi mi”, um chororô desvairado em alguns setores da política pessoense. A situação é tratada como algo surreal, absurdo, coisa de outro mundo, inimaginável...


Sinceramente, o que vejo é muito choro para pouco defunto. Não digo isso menosprezando a adesão. Ao contrário, ela é importante e conveniente para ambos; diga-se de passagem. Mas esse “show” todo é completamente desnecessário. Lucas não foi o primeiro e está longe de ser o último a mudar de lado. Digo mais, não me espantará se ele voltar para onde estava. O choro será na mesma proporção?


Na nossa política não existe isso de incoerência. Aliás, o incoerente mesmo na Paraíba, é ser coerente com plataformas e ideologias partidárias. A política é um jogo, onde as peças se movimentam conforme ritmo da partida. As jogadas são realizadas de acordo com as conveniências e objetivos de cada “jogador”. Ou seja, para Lucas foi mais vantajoso (ele sabe as vantagens, sejam elas políticas ou quaisquer outras) aderir a Cartaxo.


As conveniências e compensações que promovem adesões, voltas e mudanças é que determinam onde cada um fica e por quanto tempo permanece em determinado palanque ou projeto. Alguém pensa diferente?


Em nosso cenário poucos (se é que há) podem reclamar desse jogo. A começar pelos maiores nomes estado. Vamos pensar: Ricardo já esteve contra Maranhão e Cássio. Maranhão já esteve com Ricardo contra Cícero. Cássio já esteve com Ricardo contra Maranhão. Maranhão já esteve com Ricardo contra Cássio e agora está com Cássio contra Ricardo. Ah! E Cartaxo? Bem, já esteve em todos esses palanques também ou os teve no seu.


Em suma, não há nada de surreal na adesão de Lucas, assim como não é surpresa o “ricardismo” Antonio Mineral (PSDB). O que surpreende mesmo é essa sofrência das “viúvas” de Lucas, que teoricamente é um simples vereador.


Estamos apenas começando 2017. Quero ver esse “mi mi mi” quando começarem as adesões, as mudanças, as “traições”, enfim, quando o for dado início a partida “Eleições 2018”.





Caco Pereira


Imagem: Fragmentos Factuais

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

O CAOS ADMINISTRATIVO NA GRANDE JOÃO PESSOA




Hoje quero falar um pouco acerca do cenário político-administrativo de algumas cidades da Região Metropolitana de João Pessoa. Salários atrasados, B.O, jogo de empurra, prefeito "estrelinha de Davi" e muito mais. Vamos com um pouco de acidez, mas só um pouco, pois a vida não pode ser muito doce. 

SANTA RITA, OS SALÁRIOS E AS DESCULPAS

O novo prefeito de Santa Rita afirmou que não vai pagar, ao menos por enquanto, os salários atrasados dos servidores.  O ex-prefeito Netinho, afirma que deixou em conta, valores suficientes para pagar 90% dos atrasados. Surgem duas perguntas, uma para cada um:
Panta: A dívida é de Netinho ou da prefeitura?
Netinho: Se existia dinheiro na conta, por que não pagou?
Sejam quais forem as respostas, o que se evidencia é que um pouco de boa vontade poderia e ainda pode resolver a situação

EM BAYEUX, NASCE UMA ESTRELA

Já tem gente reclamando do estilo de Berg Lima em Bayeux. Parece que imprensa não tem “vez”, que o rapaz não dará entrevistas e há quem diga que já virou “estrela”. Mas tão cedo?

ALHANDRA DEU B.O

Pelo que foi publicado nalguns portais do estado, se demorasse mais alguns dias a posse de Renato Mendes em Alhandra, ele não encontraria mais nada na máquina pública. Veículos sucateados, amontoado de lixo e muita bagunça, foram as principais “heranças” recebidas por Renato. Até Boletim de Ocorrência o prefeito teve que prestar.
O que fica dessa história? Parece que tem gente que governa de um modo para nunca mais ser votado.

CONDE, DEPOIS DA QUEDA, COICE

Márcia Lucena decretou estado de emergência no munícipio. A gestora teria encontrado a cidade em um verdadeiro caos administrativo. E aparentemente a terá mais um problema. Comenta-se que os muitos profissionais que ficaram sem receber seus salários na última gestão cogitam uma ação coletiva na busca por receber os atrasados.
Márcia ainda não falou diretamente sobre esse assunto, mas vai acabar tendo que tratar dessa situação nada confortável. E agora?

MAS JÁ? 

Ontem em conversa com uns amigos, ouvi que tem um prefeito da Grande João Pessoa já está com “dias contados”.  Parece que já falam em cassar o homem. Segundo o que me consta, o “cabra” não estaria muito disposto a diálogo com os vereadores e em pouco tempo a coisa começaria a feder, ou na verdade, continuaria fedendo. Será?

JAMPA E O PRESENTE DO ANTECESSOR

O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, já começou a gestão exonerando 18 mil servidores para equilibrar as contas e em "obediência" a lei. Fica aqui uma constatação: O antecessor de Cartaxo não estava muito preocupado com o equilíbrio das contas. Pense num abacaxi! Ou seria um picolé azedo?




Caco Pereira


Imagem: Patricks Blog Oficial

domingo, 1 de janeiro de 2017

COM ENORME PARTICIPAÇÃO POPULAR E DISCURSO EQUILIBRADO, MÁRCIA LUCENA ASSUME PREFEITURA DE CONDE

(Foto: Paraíba Já)

         Uma multidão esteve na tarde deste domingo na praça central da cidade de Conde para prestigiar a posse da prefeita Márcia Lucena (PSB) e do vice Temístocles Ribeiro (PEN).  A solenidade entrará para a história da cidade por acontecer em praça pública e contar com grande participação popular, o que parece apontar para o novo modelo administrativo, no qual o povo terá maior  destaque.

Antes da posse Márcia Lucena fez questão de entregar certificados a líderes comunitários que contribuíram com sua campanha vitoriosa, o que segundo a prefeita, simboliza a constante participação popular na construção de dias melhores para o povo do Conde.



         Apresentações culturais fizeram parte da solenidade presidida pelo vereador Ednaldo Barbosa, o Naldo Cell (PT), que mais cedo foi eleito por unanimidade Presidente da Câmara Municipal para o Biênio 2017/2018.

         A Deputada Estela Bezerra (PSB) prestigiou o evento e em sua fala fez questão de destacar a competência da nova prefeita de Conde, bem como sua estreita relação com o Governador Ricardo Coutinho, o que para a deputada, contribuirá para o desenvolvimento da cidade. Estela ainda se comprometeu a “estar perto” da gestão da professora.

         O Padre Severino Mélo que foi um dos grandes articuladores da campanha vitoriosa de Márcia teve o discurso muito aplaudido pelos presentes. Severino que ocupará a Chefia de Gabinete, falou em nome de todos os secretários e ressaltou que o Conde viverá novos tempos com o governo de Márcia e Téo.

         O professor Iveraldo Lucena, pai da prefeita, também foi bastante aplaudido ao falar do fim da “era do chicote” e exaltar um novo tempo de paz na cidade, sob o comando dos empossados.

         O vice-prefeito Téo Ribeiro asseverou o compromisso de governar o Conde junto com Márcia, dando sua contribuição permanente na busca pelo crescimento da cidade.

         Márcia falou em tom firme, porém bastante equilibrado. Não se preocupou em “bater” nos adversários. Disse de modo tranquilo que o passado não deveria ser esquecido, mas que agora era tempo “descer dos palanques”, que será prefeita de todos, independente das bandeiras políticas.

         A prefeita prometeu: “Nada de projetos mirabolantes ou pirotecnia midiática. Façamos do básico o melhor básico da história desse município, garantindo um alicerce seguro para construção dos castelos, que não serão mais de areia, mas de pedra, suor e sangue”, disse.
        



        Caco Pereira