Os
nomes mais falados da política paraibana em 2017 sem dúvida são os do prefeito
de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), do Senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e do
Governador Ricardo Coutinho (PSB). Os três vivem dias de indefinições quanto ao
futuro político. O primeiro percorre as cidades do estado em busca da
consolidação do seu nome como candidato ao governo estadual, o segundo parece
vivenciar um momento delicado em sua carreira política e o terceiro tem
múltiplas possibilidades e completas indefinições.
O
prefeito Luciano Cartaxo esteve nos últimos dias em Pombal e Patos. Nas importantes
cidades sertanejas se reuniu com lideranças e buscou estender sua rede de
articulação, tentando ter como aliados, homens fortes como o atual prefeito
Dinaldinho (PSDB) e seu pai Dinaldo Wanderley, que de acordo com o falatório no
meio político, poderá ser candidato a Deputado Federal.
O mandatário
da capital precisa evidenciar que seu nome é mais viável que o do prefeito de
Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), que também tem buscado suas
articulações e que teoricamente teria maior confiança por parte da família
Cunha Lima. Há ainda o problema da legenda. O presidente estadual do PSD é o
deputado federal Rômulo Gouveia e todos sabem que o “gordinho” é Cunha Lima até
a alma.
O
Senador Cássio Cunha Lima vive dias inglórios, se em 2016 falava-se em CCL como
um dos promissores nomes do ninho tucano, em 2017 o paraibano vive o martírio
de ver quase que diariamente tem seu nome vinculado as operações que investigam
corrupção. A situação parece tão complexa que até já se cogitou que o
campinense disputasse uma vaga na Câmara Federal, abrindo a vaga de postulante
ao Senado, o que poderia garantir outros nomes de peso na legenda e ou até ser
oferecido a Cartaxo ou Romero. Nessa conjuntura o deputado Pedro Cunha Lima
(PSDB) poderia compor a chapa majoritária.
Claro
que Cássio não perdeu sua força e ainda é protagonista, mas há um enorme sinal
de alerta que não pode ser ignorado no ninho tucano, contudo vem sendo
desprezado por alguns aliados do Senador, que ainda insistem em alardear aos
quatro cantos que o “menino de Campina” ainda é o maioral, que é atual
vice-presidente do Senado Federal. Acredito que a hora é de reavaliação, de pés
no chão.
Já o
Governador Ricardo Coutinho está nos dias do “não sei se vou ou se fico”, mas
que isso, não sabe se fica ou se vai, e se for, para onde vai. Por um lado, sob
a justificativa de eleger um nome que mantenha o projeto socialista de governo,
diz que permanecerá no Palácio da Redenção até 31 de dezembro; por outro, passa
a ter seu nome lançado como possível candidato a vice-presidente numa
composição com Lula (PT). Ainda há por parte dos girassoláicos mais apaixonados,
a defesa de que Ricardo Coutinho deve ser lançado candidato a Presidente.
A via
mais natural de todas é que Coutinho deixasse a Redenção em abril e fosse
lançado ao Senado, cargo para o qual teria eleição praticamente certa. Mas o “rei”
não quer largar o trono da Redenção. Ao que tudo indica, Ricardo não gostaria de
deixar o governo nas mãos de Lígia Feliciano (PDT), até porque a doutora tem
toda a intenção de ser candidata e nesse cenário, seria sem dúvida o nome mais
forte do grupo e Coutinho que emplacar João Azevedo, aquele mesmo que não
conseguir sequer ser candidato a Prefeito da Capital.
O que
ocorre é que Lígia não é uma girassolaica, e não andaria conforme a cartilha do
Governador. Sem a confiança necessária de que por exemplo, os seus aliados
estariam protegidos, Ricardo pode sim bater o pé, não sair do Palácio até 31 de
dezembro, só voltando a concorrer em 2020, quando poderá ser candidato a
prefeito da capital. Será que ele aguenta tanto tempo longe do poder?
O mais
interessante é que no meio desse “furdunço” está o PMDB de Maranhão, que sem dúvida
terá enorme peso nas próximas eleições e que tem intenso e direto interesse. O
PMDB do “golpe” é assediado por todos, inclusive pelos que diariamente xingam o
partido em âmbito nacional. Isso é comum, quase normal na política brasileira.
O jogo
está apenas começando e já está bem interessante. O que nos resta é, como espectadores,
esperar para ver.
Ricardo "Caco" Pereira
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