Somos
pela democracia e contra a ditadura, mas na Venezuela apoiamos Maduro e a
ditadura chavista! Essa é a postura prática do PT, PC do B, PDT e PCB. Isso mesmo. Os partidos que se postam
como paladinos da democracia no Brasil, deram mais uma demonstração clara de
que, no que diz respeito a outros países, a ditadura é válida, desde que os
ditadores sejam seus aliados.
Durante
a 23ª edição do Foro de São Paulo, realizada em Manágua, capital da Nicarágua
os partidos intensificaram o discurso em defesa do regime
chavista de Nicolás Maduro, exatamente quando o país vizinho vive uma escalada
de violência política que já deixou mais de cem mortos desde abril, segundo o
Ministério Público local.
No encontro diversos partidos de esquerda da América Latina
subscreveram a decisão final do Foro, defendendo a elaboração de uma nova
Constituição que amplia os poderes de Maduro, exalta o “triunfo das forças
revolucionárias na Venezuela” e diz que a “revolução bolivariana é alvo de
ataque do imperialismo e de seus lacaios”.
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou em discurso
durante o evento, que o Partido dos Trabalhadores manifesta “apoio e
solidariedade” ao governo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), seus
aliados e ao presidente Nicolás Maduro “frente à violenta ofensiva da direita
contra o governo da Venezuela”.
“Nosso apoio ao Maduro é total. O Foro foi bem unificado em
relação à Venezuela. Não houve omissão, porque a virulência da oposição está
grande e conta com muito apoio externo”, disse Ana Prestes, uma das
representantes do PC do B.
O PDT não enviou representantes ao evento, mas alinhou o discurso,
embora tenha sido mais comedido. “Nós apoiamos a autonomia do povo venezuelano
de decidir seu destino. Condenamos atos de violência, mas pontuamos que, no
caso da violência, ela vem dos dois lados”, disse Carlos Lupi, presidente
nacional do PDT.
Outro
partido que também não enviou representação ao evento, mas também manifestou apoio
ao regime totalitarista de Maduro foi o PCB, que através do seu secretário
geral Edmilson Costa, informou que o partido
apoia “incondicionalmente o governo bolivarianista de
Maduro”.
Já o PSOL fez o que faz todo pelego faz. Ficou em cima do muro.
Não se posicionou quanto a Venezuela. O PPS que nos primeiros anos do Foro era
participante, mas depois se afastou, se pronunciou da seguinte forma através de
Roberto Freire, presidente do partido: “Era uma reunião na qual existiam
partidos que tinham uma visão democrática bem acentuada, tal como nós.
Imaginava-se que aquilo iria ser uma organização pluralista. No momento em que
passou a ser um instrumento de concepções antidemocráticas e totalitárias que
resultaram nessa ditadura venezuelana, o partido se afastou. ” O PSB também já tem se afastado. Com raras
exceções o partido reprova tanto o Foro como a defesa do regime totalitarista
na Venezuela.
Em suma, os que tanto se colocam como defensores da democracia evidenciam
que seus postulados estão apenas eivados de interesses de poder, e que aquilo
que defendem aqui, pode ser modificado em outros países. O que garante que não
é esse o mesmo projeto para o Brasil?
Porque se colocar como defensor da liberdade, da igualde, da
justiça aqui, mas agir apoiando quem promove exatamente o contrário logo ali do
lado?
Qual a esquerda verdadeira? A que fala tanto em democracia justiça
social, igualdade de oportunidades, direitos humanos ou a que defende ditaduras
e ditadores, execuções e executores? É possível confiar neles? Afinal, o que
eles querem para o Brasil? O mesmo que defendem para a Venezuela?
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